SINDIBEL marca presença na 15ª Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte
- Post by: Comunicação
- 23 de maio de 2019
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Gestores, trabalhadores, usuários e observadores discutem melhorias na saúde pública
Com o tema “Democracia e Saúde”, a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte foi iniciada nesta quarta-feira, 22 de maio, quando gestores, trabalhadores, usuários e observadores deram início às discussões sobre melhorias na saúde pública e aos debates das propostas para os planos estadual e nacional de saúde.
Durante a abertura do evento, o presidente do SINDIBEL, Israel Arimar de Moura, chamou atenção da importância do Sistema Único de Saúde (SUS) para a população de baixa renda e se posicionou contrario a extinção pelo Governo Federal dos conselhos que permitem a participação da comunidade na definição das políticas públicas. “Nós não podemos permitir que isso aconteça”, afirmou.
A reforma da Previdência também foi criticada por Israel, pois, segundo ele, a conta será paga pelos setores mais vulneráveis da sociedade, como os idosos pobres, as trabalhadoras e trabalhadores rurais, as trabalhadoras e trabalhadores urbanos com baixa qualificação e renda, além dos pensionistas de todos os gêneros.
O presidente do SINDIBEL condenou as declarações veiculadas diariamente na grande mídia sobre a Previdência Social ser deficitária. “Isso é uma mentira contada por empresários que estão, cada vez mais, tirando os direitos do povo com o objetivo de lucrar”. Ao final de sua fala, Israel convocou todos os presentes para a greve geral prevista para o dia 14 de junho contra a proposta de reforma da Previdência do governo Jair Bolsonaro.
Mesa de debates
Antes da abertura oficial da 15ª Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte, os presentes puderam acompanhar as apresentações musicais San das Dez e Mineirinho do Forró e assistir a quatro palestras: “Saúde como direito”, “Consolidação do SUS”, “Financiamento da saúde” e “Judicialização da saúde”.
Com a temática “Financiamento na saúde”, o diretor do SINDIBEL, médico da família do SUS e secretário geral do Conselho Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Bruno Abreu Gomes, conhecido também como Bruno Pedralva, apresentou dados sobre a diminuição no repasse do Governo Federal na participação do financiamento do SUS ao longo dos anos.
De acordo com os números, em 1991 a União era responsável pelo financiamento de 73% dos recursos do SUS. Em 2014, esse percentual caiu para 43%, subindo assim os montantes destinados nas esferas estadual e municipal.
Pedralva também mostrou números de investimento atrelado ao Produto Interno Bruto (PIB), com destaques para França, Reino Unido e Canadá, que destinam, respectivamente, 8,9%, 7,5% e 7,4% do PIB. Outro dado que chamou atenção foi a posição do Brasil no ranking, ficando atrás de Colômbia, Equadro, Paraguai e África do Sul.
“O setor público gasta o equivalente a 3,8% do PIB brasileiro em saúde. É menos do que o destinado por outros países da América Latina – e fica muito atrás do que é gasto por outras nações com sistemas de saúde universais”, explicou Pedralva.
Os temas discutidos no evento foram debatidos, inicialmente, em cada Centro de Saúde de Belo Horizonte, por meio de Conferências Locais e, na sequência, em nove Conferências Distritais, oito Conferências em Hospitais e 14 Conferências Livres organizadas por movimentos sociais, que no total contaram com a participação de aproximadamente 12 mil pessoas. Cada unidade definiu suas propostas, dentro dos eixos Saúde como direito, Consolidação do SUS e Financiamento Adequado do SUS. Também foram eleitos delegados que irão participar da Conferência Municipal.
Nesta quinta-feira, 23 de maio, a 15ª Conferência Municipal de Saúde de Belo Horizonte acontece na Faminas. Na sexta-feira, 24 de maio, a programação volta para o Labareda, com o encerramento às 17h30.