Ato pela vida: 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil

Ato pela vida: 100 mil mortos pela Covid-19 no Brasil

Praça da Estação
7 Ago 2020

Protesto lembrará também os profissionais de Saúde, que estão na linha de frente de combate à Covid-19; apenas um em cada três trabalhadores foram testados pela doença e 89% deles têm medo de serem acometidos pelo vírus

Na semana em que o Brasil chega à trágica marca de 100 mil óbitos por causa do novo coronavírus, os trabalhadores do serviço público de Belo Horizonte vão fazer, nesta sexta-feira (7/08), às 11h, um ato na Praça da Estação, no centro de Belo Horizonte, em protesto pelas mortes e o descaso com os profissionais da Saúde.

Organizado pelo SINDIBEL (Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos de Belo Horizonte), o protesto respeitará as medidas de distanciamento social e cuidados para precaver a disseminação do vírus. 1.000 cruzes serão afixadas na Praça da Estação para simbolizar as mortes no país, sendo que cada cruz representa 100 mortes pela doença. 

Até esta terça-feira (4), o Brasil já tinha registrado mais de 96 mil vítimas fatais da Covid-19, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa criado para monitorar a doença. Como a média móvel atual é superior a 1.000 mortes confirmadas por dia, a previsão é que a marca de 100 mil falecidos seja atingida entre esta sexta-feira e o fim de semana.

Os servidores que forem participar do ato estarão vestindo a cor preta, em luto pelas mortes. Já os trabalhadores de áreas de atendimento à população ou serviços essenciais serão convidados a usar uma faixa ou adereço preto para simbolizar o luto durante a jornada, sem prejuízo das atividades.

Além da ineficácia no combate à doença, os trabalhadores vão chamar a atenção para o descaso com os servidores da Saúde, que ficam na linha de frente de enfrentamento. No último dia 30 de julho, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou que apenas 1 em cada três profissionais de Saúde foram testados pela doença no Brasil, e que apenas 32% dos agentes comunitários de saúde receberam equipamentos de proteção individual de forma adequada.

Os números afetam ainda mais os servidores, que têm relatado um medo cada vez maior à realidade da doença. Segundo a FGV, 89% dos agentes comunitários de saúde estão com medo da Covid-19. Entre os profissionais da enfermagem, 83% relataram medo. O índice de temor é de 79% entre os médicos e 86% nos demais profissionais da área.

No Brasil, há um apagão de dados de trabalhadores da Saúde que morreram pela Covid-19. Em junho, dado mais atualizado pelo Ministério da Saúde, 169 trabalhadores já tinham morrido pelo Sars-Cov-2 no Brasil, e o país já era o líder nesta triste estatística. De lá para cá, o governo federal sequer atualizou os dados. Em Belo Horizonte, já são 403 profissionais infectados e uma morte, do técnico de enfermagem Gerônimo Batista Pires, que morreu no dia 26 de julho. Ele era lotado na UPA Barreiro.

Nenhuma vida a menos. Na luta contra a pandemia, a responsabilidade é de todos. 

From Media