RELEASE – 1.400 PROFISSIONAIS DE SAÚDE ESTÃO AFASTADOS NOS CENTROS DE SAÚDE E UPAS DE BH

RELEASE – 1.400 PROFISSIONAIS DE SAÚDE ESTÃO AFASTADOS NOS CENTROS DE SAÚDE E UPAS DE BH

RELEASE À IMPRENSA

SINDIBEL apresentou notificação extrajudicial às autoridades municipais e estaduais

Pesquisa construída pelo SINDIBEL evidencia que cerca de 1.400 profissionais de saúde estão afastados por suspeita ou confirmação de COVID-19 nos Centros de Saúde (CS) e UPAs de BH, apenas nesta semana última semana. A situação é grave e a percepção dos trabalhadores é de um novo colapso do atendimento nos CS e UPAs, as portas de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o SINDIBEL apresentou notificação extrajudicial à diversas autoridades municipais e estaduais, do executivo e legislativo, além dos conselhos profissionais, Ministério Público e Conselhos de Saúde. Na notificação, o sindicato, representante legal dos servidores públicos municipais das unidades de saúde da PBH, comunicou IMPOSSIBILIDADE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE ANTENDEREM A TODAS AS DEMANDAS resultantes da 3ª onda da variante ômicron em BH e em Minas Gerais (cópia da notificação segue em anexo).

Segundo dados do Boletim Epidemiológico da PBH, entre os dias 25 de dezembro de 2021 e 18 de janeiro de 2022, a incidência de COVID na população da capital aumentou de 16,2 casos de COVID por 100.000 habitantes para 334,2 casos por 100.00 habitantes, um aumento de 1.925% em 25 dias.

A título de exemplo, citamos algumas situações constadas pelo SINDIBEL e por trabalhadores:

  • ocorrência de diversos episódios de violência verbal e física contra trabalhadores por parte de usuários insatisfeitos com demora no atendimento e problemas estruturas das unidades, alguns deles com repercussão na grande imprensa;
  • CS Gentil Gomes: segunda-feira, dia 10/01/2022, e segunda-feira, dia 17/01/22), sem enfermeiro (a) das 7 às 9h;
  • Unidade de Atendimento Ampliado anexo ao CS Floramar (referência para atendimento em horário ampliado da regional norte): sábado, 15/1: sem médico no CS a partir de 19h;
  • CS Barreiro de Cima: quinta-feira, 20/1/22, apenas 2 (dois) técnicos de enfermagem para toda a unidade até 10h;
  • CS Jaqueline 1: quinta-feira, 20/1/22, sem médicos durante todo o dia;
  • CS Padre Fernando de Melo: quarta-feira, dia 19/1/22, sem médicos até 15h;
  • UPA Oeste: sexta-feira, dia 14/1/22, com apenas 1 (um) clínico de plantão pra toda UPA.
  • UPA Norte: domingo, dia 16/01, enfermaria com pacientes aguardando internação hospitalar (que deveria contar com um técnico de enfermagem para cada cinco pacientes por resolução do COFEN/COREN) com 16 (dezesseis) pacientes para 2 (dois) técnicos de enfermagem e sala de urgência (que deveria contar com um técnico de enfermagem para cada dois pacientes por resolução do COFEN/COREN) com 11 (onze) pacientes para 3 (três) técnicos de enfermagem; quarta-feira, dia 19/1, enfermaria com 19 (dezenove) pacientes para 2 (dois) técnicos de enfermagem e sala de urgência com 12 (doze) leitos para 3 (três) técnicos de enfermagem;
  • UPA nordeste: 1 (um) técnico de radiologia executou, sozinho, 150 exames (na escala, a PBH sempre manteve apenas um profissional por plantão por UPA e não houve incremento na pandemia);
  • No domingo, dia 16/1/22, havia 4 (quatro) UPAs sem pediatras em BH (o problema é recorrente e anterior à pandemia, mas foi agravado nesse contexto).

Para enfrentar a grave crise, o SINDIBEL e os profissionais de saúde apresentaram às autoridades as seguintes propostas:

  1. Abrir mais Centros de Testagem Pública para a população realizar o teste da COVID-19. Essa medida pode desafogar os Centros de Saúde e UPAs;
  2. Instaurar um Plano de Contingência para os Centros de Saúde e UPAs com critérios e ações recomendadas divulgadas publicamente;
  3. Garantir as equipes completas e repor o quadro de profissionais das unidades gravemente afetadas por surtos de COVID, com a recontratação dos profissionais contratados temporariamente ainda não reincorporados;
  4. Solicitação de apoio para os profissionais de saúde das forças de segurança da Polícia Militar e do Exército Brasileiro;
  5. Ampliar pontos de vacinação (Escolas, Igrejas, Shopping, etc), evitando a superlotação dos centros de saúde, em especial para vacinação das crianças;
  6. Articular com municípios da região metropolitana de BH para ampliar seus serviços e diminuir demanda de municípios vizinhos sobre os serviços de saúde do SUS-BH;
  7. Ampliar horários de atendimento de pelo menos mais 3 (três) Centros de Saúde de BH por regional;

O SINDIBEL reforça a disposição de todos os profissionais de saúde da PBH em cuidar de todas e todos com respeito, atenção e qualidade, ainda que as condições de trabalho não sejam as melhores. Mas, são necessárias medidas urgentes para evitar danos irreparáveis aos direitos fundamentais de toda a população.

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