AUMENTO DE QUASE 300% NO NÚMERO DE PESSOAS ATENDIDAS E FALTA DE PROFISSIONAIS JUSTIFICAM CAOS NOS CENTROS DE SAÚDE E UPAS DE BH

AUMENTO DE QUASE 300% NO NÚMERO DE PESSOAS ATENDIDAS E FALTA DE PROFISSIONAIS JUSTIFICAM CAOS NOS CENTROS DE SAÚDE E UPAS DE BH

O SINDIBEL encaminhou hoje release à imprensa sobre a atual situação dos serviços de saúde diante de um novo aumento do número de pessoas atendidas com Síndrome Gripal e COVID. O sindicato recebeu diversos relatos de sobrecarga dos profissionais e já está atuando junto a prefeitura para buscar soluções para essa situação.

Como os dados de atendimentos não estão sendo mais divulgados nos Boletins Epidemiológicos da PBH, o sindicato realizou pesquisa entre trabalhadores e identificou dados preocupantes:

  1. Aumento de 286,8% do número de pessoas atendidas com Síndrome Gripal

Na última semana, entre 30 de maio e 3 de junho, foram cerca de 25.800 atendimentos de pessoas com Síndrome Gripal nos Centros de Saúde de BH. Na última semana de março de 2022 (última vez que o Boletim Epidemiológico da PBH forneceu esse dado), foram 6.669 atendimentos de pessoas com síndrome gripal nos Centros de Saúde e UPAs da capital.

Esses dados indicam que, no mínimo, ocorreu um aumento de 286,8% no número de pessoas atendidas com Síndrome Gripal e, portanto, com suspeita de COVID-19 em BH. O número de atendimentos é semelhante ao realizado na primeira semana de janeiro de 2022, quando cerca de 26.792 usuários foram atendidos com síndrome gripal na capital. Naquele momento, já eram relatados diversos episódios de violência e confusão em Centros de Saúde e UPAs.

  • Pelo menos 7.290 casos confirmados de COVID na última semana, com cerca de 28,25% de casos positivos dentre os usuários testados

Cada um dos 152 Centros de Saúde da PBH tem atendido, em média 170 pessoas com sintomas gripais por semana. Desses, cerca de 50 apresentam teste positivo para COVID, em média.

AGRAVANTE

O aumento da demanda encontrou equipes desfalcadas. Segundo dados apurados pelo Sindicato, pelo menos 120 das 589 Equipes de Saúde da Família estão sem médicos e faltam 80 pediatras, inclusive nas UPAs. Sem profissionais em número adequado, a demora por atendimento gera insatisfações e reações violentas da população, como o episódio lamentável ocorrido ontem no Centro de Saúde Piratininga, em Venda Nova, quando usuários trancaram a unidade e impediram profissionais de saúde de saírem ao final de suas jornadas de trabalho.

Após diálogos com os trabalhadores, o SINDIBEL encaminhou à PBH reivindicações de ações para enfrentar essa situação. Dentre elas:

  1. Retorno do Comitê de Enfrentamento à COVID;
  2. Disponibilização da quarta dose para os profissionais da saúde e demais servidores públicos municipais;
  3. Retorno da obrigatoriedade do uso de máscaras em instituições de ensino e em outros locais necessários, conforme avaliação técnica do Comitê de Enfrentamento à COVID;
  4. Fortalecer a divulgação à população do alerta sobre o aumento dos casos de doenças respiratórias;
  5. Retomada do Plano de Contingência, inclusive com retorno do atendimento exclusivo para pessoas com sintomas gripais se necessário;
  6. Publicação do Boletim Epidemiológico de forma diária com retorno de informações como o número de pessoas atendidas com síndrome gripal nos Centros de Saúde e UPAs, casos confirmados e óbitos por COVID por dia, ocupação de leitos de enfermaria e CTI;
  7. Convocar de forma imediata os aprovados no concurso público da saúde e manter todos os profissionais contratados de forma adicional para atendimento e vacinação da população.

O sindicato se coloca à disposição para dialogar e construir entendimentos e ações para garantia das condições de trabalho dos profissionais de saúde e o atendimento de forma adequada das demandas de saúde da população de BH.